A COR PERMANECE MADURA (2012)

A cor permanece madura na ausência de si
em contraste absoluto com a clareza da noite
intenta aproximações sucessivas em figura de oito
para contrariar o calendário
e toda a numerologia subitamente aterra no passado
com toneladas de futuros do dia que vem
a terra empreende o monólogo do direito do sangue
são horas de ir para dentro do mundo
os filhos do sangue fecundam a terra do homem
do homem que é mulher
embora não se lhe veja o sexo
mas sente-se o ardor da cor que arde
o odor do âmago que forma
entre sebes e conceitos
concebe amor a morte amor te faço